PRÁTICA CLÍNICA

Psiquiatria

Na base da boa prática clínica esteve e estará sempre a importância maior da relação médico doente e do empatizar também como fonte de informação.

O ponto de partida são sempre observações tão apuradas e precisas quanto possível sem descurar a inequívoca importância da dimensão temporal do sintoma e da "doença".

A partir das descrições dos próprios, a necessidade de revelar experiências e comportamentos "anormais" mas também de observar e registar e reforçar o que é ainda saudável.

Em suma, no centro da prática clínica, a importância do "processo descritivo". Mas a permanente preocupação com o compreender numa atitude de genuíno e profundo respeito pela pessoa pois para além da "doença" está sempre a pessoa doente e esta como "processo contínuo" está sempre no seu contexto social.

No fundo uma perspetiva holística (biopsicossocial) rica de potencialidades nomeadamente quanto aos níveis de análise e de intervenção terapêutica, abarcando todos os quadros clínicos do vasto campo da Psiquiatria, sendo as perturbações depressivas e ansiosas os diagnósticos mais frequentes. 

Contudo reconhece-se que uma "prática pura" será simples pretensão, embora considerando-se a atitude fenomenológica como altamente "libertadora".

Mas sabendo também que não haverá boa prática sem "saber-fazer" mas que também não haverá "saber-fazer" sem "saber", isto é, sem "teoria (s)". 

Sexologia Clínica

A terapia sexual é um procedimento técnico-científico realizado em consulta sempre que possível em casal mas também ao nível individual e segue, nas suas linhas gerais, o modelo de Masters e Johnson, embora modificado por posteriores contribuições cientificas mantendo, contudo, a influência da psicoterapia comportamental.

Para além de diversas problemáticas possíveis na área da vivência da sexualidade, tais como, as relacionadas com a idade, a doença, a gravidez e com orientação sexual e incongruência de género, os "diagnósticos" mais abordados são as designadas disfunções sexuais. As mais frequentes são na mulher perturbações do desejo e ainda  perturbações do orgasmo, para além do vaginismo/dispareunia. Nos homens sobretudo as disfunções eréteis e/ou as ejaculações precoces

Mas marcante será sempre a dimensão subjetiva da Sexualidade e a forma como todas as disfunções se interpenetram e como a ansiedade, o humor depressivo, as cognições, as aptidões de comunicação, as dificuldades emocionais e o estilo de vida - o que podemos chamar de fatores e ou de relação "não sexual" - infiltram e transcendem as disfunções sexuais. O "simples" diagnóstico destas disfunções, por si só, acaba por nos dizer muito pouco sobre as pessoas e sobre o como tratar.

Numa postura Adulto - Adulto, diretiva mas flexível, há ainda que lidar com mitos, falsas informações, peso dos valores religiosos e culturais e do duplo padrão moral e sexual muitas vezes por detrás de "pseudo disfunções". Mas sempre numa atitude informativa embora permissiva, não valorativa e tolerante perante as diferenças, embora ciente das grandes dificuldades de mudança nos comportamentos e da necessidade de adequar expectativas quanto aos resultados terapêuticos.

Esteve e estará sempre a preocupação de não impor qualquer nova norma  já que as "certezas" científicas de hoje, se podem constituir como fonte de outras ou novas "coações internas" (Norbert Elias) elas também geradoras de sofrimento.

© 2020 JOÃO AMÍLCAR TEIXEIRA. Av. Emídio Navarro nº 93, 2ºD3000-151 Coimbra
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